..
ÓRFÃS DA TEMPESTADE
...

..
ÓRFÃS DA TEMPESTADE
(Orphans of the Storm, EUA, 1921)
Direção: D. W. Griffith
Roteiro: D. W. Griffith (Baseado na obra Les deux orphelines de Adolphe d’Ennery e Eugène Cormon).
Elenco: Lilliam Gish, Dorothy Gish, Josef Schildkrauth, Frank Losee, Catherine Emmet, Morgan Wallace, Lucille La Verne, Sheldon Lewis, Frank Puglia, Creighton Hale, Leslie E. King, Monte Blue, Sidney Herbert, Leo Kohlmar, Adolphe Lestina, Kate Bruce, Louis Wolheim, Flora Finch, Kenny Delmar, Herbert Sutch, James Smith e Rose Smith.
..
As duas irmãs de criação Louise e Henriette crescem juntas e desenvolvem uma forte relação. Henriette jura cuidar para sempre da irmã, que é cega. Em uma viagem a Paris, quando as irmãs vão a procura da cura para a cegueira de Louise, as duas são separadas por um aristocrata, que está interessado em Henriette. Lá, cada uma delas encontra um destino diferente e passam por situações dramáticas, Henriette, por exemplo, é salva da guilhotina no último minuto. Ao final, o reencontro das duas mulheres se dá tendo como pano de fundo a Revolução Francesa, que por si só, é um momento histórico dos mais fortes e importantes da humanidade, tornando-se um elemento da trama. Drama, 150 minutos, Preto e Branco, Mudo.
.. ..

Lilliam Gish e Dorothy Gish
..
Órfãs da Tempestade foi o último grande sucesso de Griffith, e poderia ter fechado sua rica carreira no cinema com chave de ouro, já que o cinema falado não foi tão generoso assim com ele.
O filme que teve como pano de fundo a terrível e chocante Revolução Francesa, recebeu dos críticos uma áurea de retorno triunfal de Griffith, já que desde Lírio Partido de 1919, que os filmes do “pai do cinema”, não tinham causado tanto alvoroço e expectativa. Não foi a toa que para este filme os ingressos foram aumentados para U$ 3, pois os espectadores puderam ouvir uma orquestra de 60 músicos que prepararam a atmosfera para o início da projeção, além de um prólogo ao vivo sobre o bacanal na Corte de Louis XVI. O filme em si, todo já, “antevendo” a era do som, tinha efeitos especiais e sonoros sincronizando tudo: trovão, bater de palmas, tiros de canhão, o tilintar de espadas e os sons de uma guilhotina. Griffith, que sempre estivera à frente de sua época, colocou efeitos de cor, um processo que já houvera introduzido em Intolerância em 1916 e também em Lírio Partido em 1919, e, além disso, na sua magistral apresentação de estréia, lançava luzes coloridas na tela durante passagens apropriadas para aumentar as próprias matizes e tons. Os críticos todos aplaudiram e muita gente disse que o filme era mais que uma obra-prima, seria um sucesso estrondoso mundial, o que realmente aconteceu de forma descomunal, e de forma merecida também.
Para coroar esta obra magistral de Griffith, neste filme, críticos de várias gerações concordam que esta foi a melhor performance de Lilliam Gish no cinema, ela que fora a atriz preferida do diretor, e sem dúvidas, a aclamação pela crítica como a melhor atriz da era do cinema mudo, é totalmente justificada. Atriz espetacular, que junto com sua irmã, Dorothy Gish, encanta e emociona a todos, ao se desenrolar o drama de suas vidas, enquanto a Revolução Francesa, que é, ao mesmo tempo, pano de fundo e tema principal, torna esta obra, um épico indispensável à história do cinema e de toda a humanidade.
..

Nenhum comentário:

Postar um comentário